quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Guilherme Ramos

 
 
Bati no portão do tempo perdido
E ele logo se abriu,
Mas gritou-me arduamente:
"Aqui ninguém algo te pediu".
 
Ninguém pediu, mas peço eu.
Deixa-me entrar!
"Se entrares, uma má notícia te vou dar:
Perdido para sempre vais ficar."
 
Entro com toda a vontade,
Ninguém me vai impedir!
"Não sabe o que exige.
Prepare-se para partir."
 
O portão do tempo perdido
Voltou a fechar-se.
Este homem, como toda a gente,
Não pôde lá entrar.

Daniel Raposo



O NATAL NO CÉU
 
Comboio pequeno
Voando pelo céu.
Anda por aí
Mas nunca será meu.
 
Vem doutro mundo
E de outro lugar.
Quando passa pelo céu,
Ficam todos a olhar.
 
Passa por todos
E deixa lembranças.
Mas que sorridentes
Ficam as crianças!
 


Rodrigo Gomes



É grande como um prédio.
Como uma túlipa, é lindo!
Tem pássaros a cantar
E lá ao pé iremos jantar.
 
Parece um avião
Pois voa sem parar.
Já passou por um nevão
E não pode descansar.
 
Tem algumas pessoas
E também alguns animais.
Quer acredites, quer não,
Eles já foram reais.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Margarida Carvalho

 
 
O Natal
 
Hoje é um dia
muito especial,
um dia em que nada
vai correr mal.
 
Uma estrela brilhava
e estava a nevar.
Apareceram os anjos
e começaram a cantar.
 
Um anjo falou:
"Jesus está a nascer".

Os pastores ficaram contentes
e começaram a correr.
 
Os três reis magos
ouviram a notícia.
E surgiu assim
uma época natalícia.

Guilherme Ramos

 
 
REENCONTRO
 
Num dia que parecia comum
Algo de espantoso aconteceu.
Quase sem ninguém dar conta,
O filho de Deus nasceu.
 
Ninguém os quis acolher.
Eram pobres e sem abrigo.
Teriam algo a esconder.
Ninguém era seu amigo.
 
Numa barraca muito velha
Encontraram acolhimento.
Entre caixas sem valor
Deu-se então o nascimento.
 
Apareceu uma luz ao alto,
Olharam-na com valor.
Os mendigos acreditaram
E até lá foram com amor.
 
Chegaram muito espantados
Com o milagre acontecido.
Choraram de alegria,
Pois a fé tinham perdido.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Beatriz Pereira

Faz de Conta...
 
 
Faz de conta que sou neve
Eu serei quem te derrete
 
Faz de conta que sou cereja
Eu serei quem te vai comer
 
Faz de conta que sou Marte
Eu serei quem me habita
 
Faz de conta que sou barco
Eu serei a água em que navegas.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Carolina Ferreira

 
 
DA MINHA JANELA EU VEJO
 
Vejo um grande horizonte,
Árvores a desabrochar.
Vejo uma fonte
E os peixes a nadar.
 
Vejo o sol a nascer,
Uma estrada sem fim,
Um menino a correr
(E ainda não fica assim).
 
Vejo a chuva a cair,
Guarda-chuvas no ar,
Uma criança a fugir
Para não se molhar.
 
Vejo um céu azul,
Os pássaros a voar.
Aquela nuvem parece um bule
No céu a pairar...
 
Vejo o sol a brilhar
E nuvens a aparecer.
Vamos lá terminar
O que estivemos a ver.
 
Vejo um mocho-fêmea colorido
Todo apressado a fugir
De braço dado com o seu marido.
Decerto se vão divertir...
 
Vai terminar aqui
A minha observação.
Fiquem todos por aí.
Do fundo do coração...